quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

DESMISTIFICANDO A EPILEPSIA

A ocorrência de crises epilépticas é sempre um motivo de grande angustia para os pais. Nós,  especialistas,  devemos orienta-los para que possam lidar da melhor forma possível com esta nova situação. É importante saber que epilepsia não é um transtorno único. Existem diversos tipos e diversas causas.  Existem casos extremamente benignos em há a cura espontânea e casos mais raros de epilepsias graves e até intratáveis. É importante conhecer os diversos tipos de epilepsia e saber interpretar bem o eletroencefalograma para escolher o melhor tratamento para cada caso.    
As epilepsias tem controle adequado com medicamentos em aproximadamente  80% dos casos e os pacientes podem levar uma vida praticamente normal. É importante ressaltar que a grande maioria das crises não causa lesão cerebral nem atraso no desenvolvimento da criança. Este risco só existe nos casos de crises muito prolongadas, ( o estado de mal epiléptico) , ou nas chamadas encefalopatias epilépticas, um grupo de epilepsias raras e muito graves sendo a mais conhecida delas , a Síndrome de West.    
 Assim,  não devemos tomar a exceção como regra e deixar os pais em pânico! É comum ouvir de leigos e até de médicos não especialistas que cada crise “queima” uma parte do cérebro!  Isto não é verdade!  O risco maior em uma crise são os acidentes: quedas, afogamento ou aspiração . Portanto, alguns cuidados são necessários. O especialista deve esclarecer o risco inerente a cada tipo de epilepsia, orientando e ao mesmo tempo tranquilizando os pais que algumas crises poderão ocorrer, principalmente no início do tratamento. É necessário manter a calma e saber o que fazer neste momento.
                O objetivo do tratamento será sempre tentar obter o controle completo das crises e preservar a qualidade de vida dos pacientes.  A prova de que se pode levar uma vida normal com epilepsia é o grande número de celebridades portadoras:  Alexandre o Grande,  Júlio César (Imperador de Roma), Alfred NobelMachado de AssisNapoleão Bonaparte,  D.PedroIVan Gogh.
                E naquela época, nem havia tratamento!

 Dra. Lucia Machado Haertel - Neurologista Infantil e especialista em epilepsias e eletrencefalografia.
 Neurosaúde - Blumenau- 3322 1522 

Veja também neste Blog o artigo: Machado de Assis, o epiléptico. 

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