A ocorrência de crises epilépticas é sempre um motivo de
grande angustia para os pais. Nós,
especialistas, devemos orienta-los
para que possam lidar da melhor forma possível com esta nova situação. É
importante saber que epilepsia não é um transtorno único. Existem diversos
tipos e diversas causas. Existem casos extremamente
benignos em há a cura espontânea e casos mais raros de epilepsias
graves e até intratáveis. É importante conhecer os diversos tipos de epilepsia e
saber interpretar bem o eletroencefalograma para escolher o melhor tratamento
para cada caso.
As epilepsias tem controle adequado com medicamentos em aproximadamente 80% dos casos e os pacientes podem levar uma
vida praticamente normal. É importante ressaltar que a grande maioria das
crises não causa lesão
cerebral nem atraso no desenvolvimento da criança. Este risco só existe nos
casos de crises muito prolongadas, ( o estado de mal epiléptico) , ou nas
chamadas encefalopatias epilépticas, um grupo de epilepsias raras e muito
graves sendo a mais conhecida delas , a Síndrome de West.
Assim, não devemos
tomar a exceção como regra e deixar os pais em pânico! É comum ouvir de leigos
e até de médicos não especialistas que cada crise “queima” uma parte do cérebro! Isto não é verdade! O risco maior em uma crise são os acidentes:
quedas, afogamento ou aspiração . Portanto, alguns cuidados são necessários. O
especialista deve esclarecer o risco inerente a cada tipo de epilepsia,
orientando e ao mesmo tempo tranquilizando os pais que algumas crises poderão ocorrer,
principalmente no início do tratamento. É necessário manter a calma e saber o
que fazer neste momento.
O
objetivo do tratamento será sempre tentar obter o controle completo das crises
e preservar a qualidade de vida dos pacientes.
A prova de que se pode levar uma vida normal com epilepsia é o grande número
de celebridades portadoras: Alexandre o
Grande, Júlio César (Imperador de Roma), Alfred Nobel, Machado de Assis, Napoleão Bonaparte, D.PedroI, Van Gogh.
E
naquela época, nem havia tratamento!
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